Comemora-se no dia 7 de dezembro o Dia Nacional da Silvicultura, instituído pela Lei 12.643, de 2012, com o objetivo de conscientizar os produtores rurais e a sociedade brasileira acerca da importância da silvicultura, tanto para o meio ambiente quanto para a economia e o poder público promoverá campanhas de esclarecimento da importância dessa atividade, direcionadas ao setor agropecuário e à população em geral.
Em maio deste ano, os senadores aprovaram uma proposta que exclui a silvicultura da lista de atividades potencialmente poluidoras e de alto consumo de recursos ambientais (Lei nº 14.876).
A silvicultura fez do Brasil o maior produtor e exportador mundial de celulose, além de destacar o país na produção de chapas de madeira e na siderurgia a partir de carvão vegetal. De acordo com a IBA, o setor responde por quase 3% do PIB brasileiro.
A silvicultura abrange diversas atividades, que incluem desde a produção de sementes ou outros propágulos até a produção de mudas, o preparo da área e do solo para o plantio da floresta, o controle de plantas invasoras, pragas e doenças, além do plantio, replantio, adubação e calagem, sempre com o devido cuidado e acompanhamento técnico. É importante destacar que essas práticas não devem ser confundidas com o manejo de florestas nativas.
Com a implantação de indústrias de bioenergia a partir do etanol de milho em municípios como Nova Marilândia, Poconé, São José do Rio Claro, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Nova Mutum, Jaciara, Campos de Júlio e Primavera do Leste, registrou-se um aumento na demanda por biomassa, originada de eucalipto, resíduos da indústria madeireira, além de palha de arroz e bambu.
Em função disso, é comum avistarmos grandes áreas de eucalipto se expandindo no Estado.
Ainda, existe projeto de pesquisa, financiado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), e liderado pela Embrapa Agrossilvipastoril em parceria com a Associação dos Reflorestadores de Mato Grosso (Arefloresta), com o objetivo de avaliar clones de eucalipto voltados à produção de biomassa. O intuito é identificar materiais mais adaptados e produtivos às condições climáticas e do solo da região.
A área plantada de eucalipto em Mato Grosso no ano de 2022 foi de 122,58 mil hectares e a demanda anual equivalente eucalipto no respectivo foi de 50.872 hectares (IMEA,2022).
O Estado é o segundo maior produtor de teca do Brasil, com cerca de 68,1 mil hectares, concentrando os plantios nas regiões oeste e norte de Mato Grosso.
A silvicultura tem se destacado no impulsionamento do desenvolvimento econômico e na geração de empregos em Mato Grosso. Além disso, o cultivo planejado da florestas desempenha um papel crucial no combate às mudanças climáticas, ao promover a absorção de carbono e contribuir significativamente para a mitigação dos seus efeitos.
Isso é a aplicação da ciência e engenharia florestal em benefício das florestas e da sociedade.
Cícero Ramos é engenheiro florestal e vice-presidente da Associação Mato-grossense dos Engenheiros Florestais.
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